140 anos da Imigração Italiana em SBC
São Bernardo do Campo, em 29 de outubro de 2.017. Prezadas (os) Amigas (os).
A SOCIEDADE CULTURAL BRASILITÁLIA, por seu Presidente, LUIZ JOSÉ MOREIRA SALATA, cumprimentando Vossa Senhoria e distinta família, anotamos a comemoração pela chegada das primeiras dezessete famílias de imigrantes italianos, em meados do mês de outubro de 1.877, assim os cento e quarenta anos da Imigração Italiana em São Bernardo do Campo, chamada à época de Freguesia de São Bernardo. Após a Unificação da Itália, em 17 de março de 1.861, em que pese a almejada liberação por parte dos invasores, os italianos então eufóricos com o retorno da liberdade, mas muito pesarosos pela estagnação do país, pois as crises se sucederam pela absoluta falta de condições materiais para o trabalho e para suprir a fome, clamavam por nova vida, visando assim o retorno dos italianos na situação plena de desenvolvimento e solução dos graves problemas locais. Por interferência do Rei Vittório Emanuele II, da Itália, e de D. Pedro II, do Brasil, que eram primos, facilitaram com que as companhias de colonização entabulassem tratados com os fazendeiros de café principalmente do Estado São Paulo, cuja precisão decorreu da falta de mão de obra braçal, visto o crescente favorecimento das leis anti-escravagistas, e assim visando a colocação das famílias de imigrantes nos trabalhos daqueles locais, o que para os italianos significou uma nova vida e com outras perspectivas. No Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional, os memorialistas Vicente Carlos D’Angelo e sua esposa Elexina Nery de Medeiros D’Angelo, associados da Sociedade Cultural Brasilitália, pesquisaram e alcançaram as anotações sobre a chegada das primeiras dezessete famílias de imigrantes italianos para São Bernardo, no vapor Sud América que zarpou de Genova, aportou em Santos, em vinte e cinco de setembro de 1.877, e seguidamente subiram a Serra do Mar, se dirigindo para a freguesia, sendo hóspedes no Casarão do Bonilha, na atual Praça Lauro Gomes, já demolido, até que fossem chamados para a ocupação no Núcleo Colonial, já no mês de outubro, para cultivo das terras, assim a grande aspiração.
Dentre essas primeiras famílias de imigrantes que foram anotadas, destacam-se: Angioletti, Bassani, Casa, Dal Zotto, Locatelli, Negri, Paggi, Tolotti, Baraldi, Bianchini, Cestari, Gerbelli, Margonari, Médici, Odorizzi, Pedó e Visentainer. A seguir, outra leva de imigrantes italianos partiu de Genova, no vapor Sully, em três de dezembro de 1.877, aportando no Rio de Janeiro, em dois de janeiro de 1.878, seguindo para Santos e daí as famílias se dirigiram para a Freguesia São Bernardo, quando foram distribuídos para os núcleos, constando entre outras: Delegá, Boralli, Gennari e a família de Giuseppe Setti e Benvenuta, com os filhos Italo Setti (bisavô de Vicente D’Angelo), Pietro Setti e Adelmo Setti, esta última de muita projeção na cidade. Com o passar dos tempos, chegaram muitas outras famílias formando uma grande e desenvolvida colônia italiana, modificando completamente os rumos da cidade mercê da aplicação das idéias milenares, costumes e tradições, impondo assim progresso e com larga penetração nos inúmeros segmentos civis e nos órgãos públicos, entidades de classe, comércio, indústria e demais atividades no seio da sociedade, então saudamos e aplaudimos os italianos e descendentes por esse festivo registro. Renovamos a Vossa Senhoria e distinta família os protestos de estima e consideração, aguardando a prestigiosa visita em nossa sede e agradecendo a atenção dispensada que têm dado à nossa entidade. Atenciosamente. LUIZ JOSÉ MOREIRA SALATA Presidente da Diretoria