Dia de Nossa Senhora de Aparecida
São Bernardo do Campo, em 12 de outubro de 2.017. Prezadas (os) Amigas (os).
A SOCIEDADE CULTURAL BRASILITÁLIA, por seu Presidente, LUIZ JOSÉ MOREIRA SALATA, cumprimentando Vossa Senhoria e distinta família, anotamos no calendário religioso da Igreja Católica, a data comemorativa em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, “Padroeira do Brasil”, com devoção maciça de brasileiros, mas também de italianos e descendentes, motivo neste ano de grandes festividades e de eventos nas paróquias com o seu nome, dedicados à sua santidade, no Santuário da Basílica de Nossa Aparecida, na cidade de Aparecida – SP, visto a realização de festa pela ocorrência do Ano Mariano do Jubileu dos 300 Anos de sua Aparição. As comemorações religiosas com grande fluência de fiéis denotando incontestável demonstração de muita fé, crença e devoção dos brasileiros, mas também de italianos e descendentes, pois a sua biografia e existência de dons com infindáveis históricos de milagres, ensejam todo esse movimento, cujo respeito e admiração aumentam cada vez mais entre os antigos, mas principalmente entre os mais jovens que seguem essa postura dos seus ascendentes.
“Em 12 de outubro é festejado o dia de Nossa Senhora Aparecida”
“Os 300 Anos de sua Aparição – 2.017”
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, popularmente chamada de Nossa Senhora Aparecida, e sentimentalmente a Santinha, é a Padroeira do Brasil, Venerada na Igreja Católica, representada por uma pequena imagem de terracota da Virgem Maria, atualmente alojada em local especial no Santuário, visitado o ano todo por milhares de devotos.
Diz a história que, por ocasião da visita de Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, Conde de Assumar e Governante da Capitania de São Paulo e Minas, figura importante do Império, estava de passagem pela cidade de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, durante viagem de Vila Rica, e o povo de Guaratinguetá resolveu então fazer uma festa em sua homenagem. Apesar de não ser temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba do Sul com a intenção de coletar nas redes os peixes para oferta de lauta refeição, isso ocorrido em meados do mês de outubro de 1.717, e assim Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, não conseguiram pegar nada, após várias tentativas infrutíferas, e assim desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu, rezaram a Deus e a Virgem Maria, para que tivessem sucesso no intento. Tentaram muitas vezes e já estavam quase desistindo quando João Alves jogou a rede novamente e, pasmados os pescadores perceberam que, ao invés de peixes tinham apanhado um corpo de uma imagem da Virgem Maria, sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, veio a cabeça da imagem que foi envolvida com um lenço e, após terem recuperado as duas partes da imagem da Virgem “Aparecida”, da cor negra, a canoa teria ficado tão pesada que eles não conseguiam mais movê-la e nem tirá-la do lugar, motivo de surpresa por aquilo que já consideraram um milagre. A partir desse momento, os três pescadores apanharam tantos peixes com muita abundância que foram obrigados a retornar ao porto, pois a canoa estava prestes a afundar pelo grande volume da pesca, sendo portanto esse o alcance da graça pela primeira intercessão atribuída à santa, cujo acontecimento foi relatado em toda a região, ficando assim conhecida como Mãe Aparecida, já de pronto a primeira denominação e própria por aquele momento do aparecimento da imagem “aparecida”. A imagem foi preparada e restaurada por Silvana da Rocha, mãe de um dos pescadores e talvez o fato que tenha contribuído para ter a cor escura tenha sido o fato de ter permanecido no fundo do rio por certo tempo, motivo que, a partir de então fosse considerada uma santa negra genuinamente brasileira e parte da identidade do nosso povo, justamente na época em que a influência de Portugal já estivesse em fase bem reduzida, dada a mistura de raças possivelmente já existentes.
A imagem permaneceu nos quinze anos seguintes na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para orar, cuja devoção foi crescendo entre os habitantes do Vale do Paraíba e outras regiões, pois muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam e pediam e, intercedidas ultrapassaram fronteiras, pois não foram somente os peixes que a Santinha ofereceu aos pescadores, mas também muita fé e esperança, principalmente aos menos favorecidos que habitavam aquele local. O enorme movimento da devoção tornou-se um fenômeno popular surgido inicialmente de maneira espontânea por famílias de brasileiros que, se não eram pobres, ricos também não eram, espalhando-se a notícia de boca a boca nos diversos rincões, ensejou sobremaneira se tornar uma santa mais brasileira que qualquer outra, a ponto de ser parte integrante da identidade do povo brasileiro. Então, a família de Filipe Pedroso e os vizinhos construíram um oratório no Porto de Itaguaçu, pois o local que acolheu a imagem havia se tornado pequeno demais para receber os devotos que antes lá visitavam, mas ao tempo com a fluência de visitantes aumentando cada vez mais, o Vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do morro dos Coqueiros, recebendo muitos fiéis, a partir de 26 de julho de 1.745. Pelo grande número de visitantes no local, foi formado um povoado que recebeu o nome de Aparecida do Norte, popularmente conhecido, pois se localiza ao sudeste do estado, passando a se tornar famoso no meio religioso dos católicos pelo grande número das notícias dos milagres atribuídos a Nossa Senhora Aparecida. Fica registrado que, no dia 20 de abril de 1.822, o então Príncipe Regente, D. Pedro I, e sua comitiva, em viagem pelo Vale do Paraíba para São Paulo, visitaram a Capela e conheceram a imagem de Nossa Senhora Aparecida, oportunidade em que conheceram a imagem e os fatos.
As visitas pelos fiéis à Capela da Santa foram aumentando, o que motivou o início da construção de uma igreja maior, em 1.846, cujas obras foram diversas vezes interrompidas, por muitos motivos, cujas obras eram localizadas no centro da cidade A Princesa Imperial Isabel e o Príncipe Consorte Conde d’Eu, de passagem por São Paulo rumo ao Rio de Janeiro, vindos de Caxambu – MG, para usufruírem as águas virtuosas que diziam ter propriedades para cura de infertilidade, pois insistiam para ter filhos, resolveram passar por Aparecida para visitar a Santinha, pedindo a sua intercessão para engravidar, em oito de dezembro de 1.868. Em seis de novembro de 1.884, a Princesa Isabel muito feliz visitou a igreja, embora sem as obras estarem terminadas, acompanhada do marido, Conde d’Eu, e dos três herdeiros, D. Pedro, D. Luis e D. Antonio, e em reconhecimento às graças alcançadas pelos nascimentos deles, ofertou uma coroa de ouro com vinte e quatro quilates, cravejada com vinte e um brilhantes, significando as vinte e uma províncias, e com rubis, manto da cor azul anil e pedrarias simbolizando a sua realeza. Em oito de dezembro de 1.888, a igreja já com as obras terminadas, foi solenemente inaugurada e benzida e que até hoje subsiste, localizada no centro da cidade no local denominado Monte Carmelo. Em 28 de novembro de 1.893, ocorreram muitas mudanças significativas com a inauguração da igreja, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, e concessão à chamada Basílica Velha, do título Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A partir de 28 de outubro de 1.894, os membros da Congregação dos Missionários Redentoristas assumiram os trabalhos de assistência e atendimento aos fiéis, peregrinos e romeiros que gradativamente afluíam no santuário de Nossa Senhora Aparecida, racionalizando assim o recebimento do grande número de pessoas e famílias na igreja. Em oito de setembro de 1.904, a imagem foi solenemente coroada, com a mesma coroa que foi ofertada pela Princesa Isabel, cuja celebração foi realizada com a participação do Núncio Apostólico Dom Júlio Tonti, dirigida por Dom José Camargo Barros, do Presidente da República Rodrigues Alves, grande número de Bispos, do Episcopado do Brasil Meridional, de muitos Sacerdotes e milhares de fiéis, sendo que, depois da coroação o Papa Pio X concedeu ao Santuário de Aparecida outros favores, ofício de missa própria de Nossa Senhora Aparecida e indulgências para os fiéis e romeiros que lá peregrinam. O Santuário recebeu o título de Basílica Menor, chamada popularmente de Basílica Velha, concedido pelo Papa Pio X, em 29 de abril de 1.908, sagrada em cinco de setembro de 1.909, recebendo os ossos de São Vicente Mártir, trazidos de Roma, e que até hoje subsiste. Em 17 de dezembro de 1.928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros, emancipou-se politicamente de Guaratinguetá, tornando-se assim o Município de Aparecida, em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, cuja devoção dos fiéis foi responsável pela criação da cidade. Em 16 de julho de 1.930, através dos pedidos dos milhares de devotos o Papa Pio XI proclamou Nossa Senhora da Conceição Aparecida com o Título de Rainha do Brasil e sua Padroeira Principal.
Com o aumento das visitas dos fiéis do Brasil todo na Basílica Menor de Nossa Senhora Aparecida, houve necessidade e foi exigido que se empreendesse a construção de uma nova igreja para acolhimento dos romeiros e visitantes, o que foi projetado pelo arquiteto Benedito Calixto, que idealizou um edifício em forma de cruz grega, com 173 metros de comprimento por 168 metros de largura, com área construída de 23.000,00 m², as naves com 40 metros e a cúpula com 70 metros de altura, e no subsolo um salão.
O prédio acomoda o altar central, as capelas, o salão dos milagres, o salão de velas, os escritórios e demais cômodos destinados à administração, segurança e diversas outras atividades As obras foram concluídas, em quatro de julho de 1.980, o Papa João Paulo II, em sua visita ao Brasil, consagrou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em missa celebrada, revigorando assim a devoção à Santa Maria, Mãe de Deus, sagrando solenemente o grande momento católico. A Basílica de Nossa Senhora Aparecida que acolhe perto de setenta mil pessoas, se trata do segundo maior santuário mariano do mundo, ficando apenas menor do que a Basílica de São Pedro, em Roma, sempre lotado e com grande fluxo de veículos de todos os tipos no estacionamento e no entorno dele. O feriado de 12 de outubro, foi dedicado oficialmente a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, como Padroeira do Brasil, através da Lei nº 6.802, de 30 de junho de l.980.
Em 1.967, ao completar duzentos e cinqüenta anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a Rosa de Ouro, gesto repetido pelo Papa Bento XVI que ofereceu outra Rosa de Ouro em 2.007, e nesse último dia nove de outubro, o Papa Francisco concedeu a terceira Rosa de Ouro, em comemoração aos trezentos anos da Aparição da Santa. Com a fama de Santa Milagrosa ultrapassando fronteiras, as controvérsias e confrontos foram inevitáveis, pois vale apenas relatar dois deles, sendo em 16 de maio de 1.978, quando a imagem foi retirada por um evangélico do altar, após a última missa do dia, e quando descoberto e perseguido ao ser apanhado, deixou a imagem cair no chão. Pelo tempo decorrido de sua existência, pelo fato da imagem ser constituída de terracota e por ter ficado submersa no Rio Paraíba do Sul, por certo tempo, a sua reconstituição foi difícil, mas um grupo de abnegados artistas restauradores do MASP – Museu de Arte de São Paulo, conseguiu reconstituí-la, visto o afinco e dedicação nos trabalhos. Por outro lado, em doze de outubro de 1.995, ocorreu o incidente que ficou conhecido como – o chute na Santa, praticado por um ex-bispo tele-evangelista, da Igreja Universal do Reino de Deus, o qual, de maneira equivocada, para não dizer rancorosa e escandalosa, chutou uma réplica da imagem da Santa, no programa religioso transmitido na madrugada pela Rede Record, e com a notícia do incidente causou comoção nacional. A existência de Nossa Senhora Aparecida com o conhecimento e fama adquiridos e fenomenal penetração no seio da população brasileira, ensejou a participação e referências na cultura popular, nas classes sociais, nos fiéis, peregrinos, romeiros, religiosos e que a cada ano aumenta o número de pessoas e famílias que se dirigem para a cidade de Aparecida, na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, gradativa e com surpreendente força de vontade, em especial com as caminhadas a pé, com qualquer clima, de todas as idades, com destino à Casa da Santinha, com demonstração de extrema devoção e respeito.
Todo esse fervor resultou na ampla cobertura pela mídia nacional, em todos esses dias da comemoração dos Trezentos Anos de Aparição de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, tal como relatado na linda história de como surgiu iniciando-se nas águas do Rio Paraíba do Sul. Portanto, a comemoração em homenagem à Santinha, na data comemorativa dos Trezentos Anos de sua Aparição, mostra como é robusta, inabalável e profunda a fé dos brasileiros, a qual a população se ampara e segue sentimental e religiosamente com rigor nos princípios cristãos. Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a imagem que virou o símbolo do Brasil, rogai por nós. Aproveitamos da oportunidade para renovar a Vossa Senhoria e distinta família os protestos de estima e consideração, aguardando a prestigiosa visita em nossa sede e agradecendo a atenção dispensada que têm dado à nossa entidade. Atenciosamente. LUIZ JOSÉ MOREIRA SALATA Presidente